16 de março de 2009

. dos nossos sentidos impensados .

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Sentir-se introspectivo talvez seja um dos meus programas preferidos... usualmente não opto por eles... mas eles estão. E são. E pronto. É engraçado ver alguém dizendo que não se sente bem assim. Que introspecção faz do seu corpo parado . e realmente parece que fica. Usar o cérebro demais pra pensar na possibilidade dos entendimentos das coisas . é não viver na presentidade do tempo. lógicas mal inventadas .
Eu vejo medo no seu cheiro. Medo de se contradizer. De precisar de uma ordem que você não desconheça. Você parece que tem medo de ser livre. E é engraçado, porque as vezes parece que é exatamente o que você quer que os outros vejam em você. Uma liberdade falada e pouco vivida. Menos ainda vívida e alegre. Não entendo o medo de ter dúvidas, incertezas, de estar na corda banda entre a vaidade e o movimento. Movimento de estar nu e cego. E estar introspectivo me permite exatamente isso.. caminhar por uma corda bamba e frágil que me faz me desconhecer, não me entender, mesmo que não me queira assim. Mas, ainda assim, ainda acredito que se permitir talvez deixem as coisas serem mais leves. Mais sentidas. Penso que tentar entender as coisas é não sentir o que rola com elas, por elas, nelas... e acaba que você no final das contas tentou tanto entender tudo que não viveu nada.
A gente é bem muito diferente em vários aspectos. Não acredito que dizer isso à você vá fazer tanta diferença. Exatamente por isso. Não quero que você se sinta assim. Quero que você se sinta do jeito que está. Mas o que eu me pergunto é até que ponto vale a pena realmente ficar introspectivo com o que não precisa ser pensado ou entendido?
Tanto faz... tanto fez. As coisas começam e acabam de qualquer maneira. As coisas vão e vem seja pela direção que for. As coisas são. E acabam não sendo mais até o momento de tentar entende-las.

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. jogando cartas .

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Caminhos
Por onde
Passaram
Meus pés
Na busca constante de novos lugares
Mesmo sabendo
Que os lugares
Não estão fora de mim

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15 de março de 2009

. oficina dos sonhos .

e que se for pra ser
só peço pra que seja assim
da noite amanhecer
aos tons de um tamborim
e esperar sem pressa
pra ver...

e que se for pra ver
que o toque toque a retina
ao vento que vejo soprar
na dança de suas cortinas
...pra ver
o dia correr
e pra remar o dia
pra ver devagar
e desaguar o dia
pra ver divagar
o toque
sem tempo de conjugar

e que se for pra passar
que passe terno
e que o termo
enrugue o riso de rir...

me empresta tuas portas
pra eu entrar em mim

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