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poesia não é rimar palavras
poesia é inventar palavras
dar sempre novas formas
novas funções
brincar com os sons
mecher com os tons
as palavras morrem quando não há alguém disposto a usá-las
pra dar continuidade...
e palavras tem movimento
são feitas de imprecisão
são recheadas de supertições
palavras são invisíveis
ganham consistência de vento
e vão
pro ouvido que tiver com a fome de engolir palavras
palavras repetidas se sentem enclausuradas
enjauladas em bocas sem criatividade
sem força de expressão
o sentido da palavra está em ser como quem a inventa
sempre nova
mesmo sendo a mesma
palavras pedem liberdade
palavras pedem pra que sejam desterritorializadas
"desdistritorizadas" se assim quiser que seja
porque sua existência é frágil
começa simplesmente porque alguém cisma que ela poderia existir
e termina simplesmente porque ninguém a usa mais
o tempo todo
o tempo inteiro
palavras pedem incompletude
é como se elas fossem...
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19 de novembro de 2008
16 de novembro de 2008
10 de novembro de 2008
. nadezas .
.
ala de ar
casa de lavras
lavras de lavroura*
larva de som
ouvido de língua
língua de tom
lavar a sujeira da boca
a ver
o haver
da linguagem oca
para parar
brincar de inventar
p a l a v r e a r
...paladar:
para dar
sabor
às palavras
.
*lai
ala de ar
casa de lavras
lavras de lavroura*
larva de som
ouvido de língua
língua de tom
lavar a sujeira da boca
a ver
o haver
da linguagem oca
para parar
brincar de inventar
p a l a v r e a r
...paladar:
para dar
sabor
às palavras
.
*lai
2 de novembro de 2008
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