19 de novembro de 2008

. (des) continuar .

.

poesia não é rimar palavras

poesia é inventar palavras

dar sempre novas formas

novas funções

brincar com os sons

mecher com os tons


as palavras morrem quando não há alguém disposto a usá-las

pra dar continuidade...

e palavras tem movimento

são feitas de imprecisão

são recheadas de supertições


palavras são invisíveis

ganham consistência de vento

e vão

pro ouvido que tiver com a fome de engolir palavras


palavras repetidas se sentem enclausuradas

enjauladas em bocas sem criatividade

sem força de expressão


o sentido da palavra está em ser como quem a inventa

sempre nova

mesmo sendo a mesma


palavras pedem liberdade

palavras pedem pra que sejam desterritorializadas

"desdistritorizadas" se assim quiser que seja

porque sua existência é frágil

começa simplesmente porque alguém cisma que ela poderia existir

e termina simplesmente porque ninguém a usa mais


o tempo todo

o tempo inteiro

palavras pedem incompletude

é como se elas fossem...


.

16 de novembro de 2008

. i n c o n t e s t e .

inconstancia
sincontancia
inscontancia
incontancias

10 de novembro de 2008

. nadezas .

.

ala de ar

casa de lavras

lavras de lavroura*

larva de som

ouvido de língua

língua de tom

lavar a sujeira da boca

a ver

o haver

da linguagem oca

para parar

brincar de inventar

p a l a v r e a r

...paladar:

para dar

sabor

às palavras


.



*lai

2 de novembro de 2008