6 de abril de 2011

. nó cego .

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acordei e continuei deitada
não por que queria
mas, porque não conseguia me mover

o corpo pesando vida

era como se o corpo pesasse toneladas
é como se o corpo tivesse acordado sem alma
e por isso não podia se mexer

e por isso queria

os olhos olhavam mas não viam nada
o ouvido escutava o que se passava ainda no sonho
a boca seca respirava o ar do corpo

todo

o corpo confuso entre o tudo e o nada
entre o sonho e a realidade
entre a morte e a vida quase apagada

pesando no corpo

não... bom lembrar que isso não era o sonho
razoável saber que a vida se lembrou
doendo agudo bem no meio do corpo

as entranhas deram nó cego

e então o corpo parado por horas a fio
no fio da meada, pensou dormir
e acordar na mesma posição durante dias

dia-a-dia

dias se passaram naquele momento
o mundo girou centoevinte vezes
e o corpo foi todo e tudo em questão de minutos

segundos
milésimos
milímetros ausentes


de tempo


.

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