15 de setembro de 2008

. embalagens discartáveis .

Hoje eu quis te dar palavras de presente. Como se você pudesse guardar pra si um sentimento concreto... sons não se guardam se não gravados... então como não me dou muito bem com diálogos resolvi te dar meus sentimentos sentidos nesse momento pra que você guardasse como seus. Não quero que você sinta o que eu sinto, apenas guarde. Como se cada palavra fosse componente de um objeto quebrado e remontado. Porque parece q é assim q estou: em pedaços. Não me pergunte por que, mas as palavras que me compõe são as que defino como as partes constituintes desse presente. Quero que você me guarde... leia as palavras como se estivesse desembrulhando um presente. Me faça entrar pra dentro de você através dos seus olhos. Leia cada letra como sendo células que fazem as palavras serem mais que ventos... Não me compreendo, não entendo os arrodeios que dou para dar sentido as coisas do mundo que vão além de mim. Não entendo o que vem antes de mim, não entendo a ordem das coisas que defino como minhas e porque minhas me fazem assim. Não entendo quase nada que tem como definição uma simples e específica palavra. Como se a palavra naturalizasse o ser das coisas definidas por elas. Sei que tenho problemas em compreender o que hoje vai além dos seus fonemas e sílabas constituintes. Não sei do que se trata o constituir algo. Porque não sou o que me faço. Não voluntariamente. Não com a consciência plena de estar sendo isso que me da uma “forma” de ser. E de parecer ser tão definitiva quanto a palavra que me define. Por isso que acredito que bom mesmo de sentir, é aquilo que não tem nome. É aquilo que desconheço como algo certo de ser tão conhecido a ponto de ser “falado”. Pelo visto ando tendo muitos problemas em me relacionar com as palavras. E por causa disso ando tendo problemas também em aceitar o silêncio como a ausência delas. Fico por aqui... não por faltar palavras, mas por faltar um silêncio que defina mais exatamente o que sinto quando acredito que a loucura é tão livre e confortável como o morrer. Adeus.

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