14 de setembro de 2008

. ham? .

. incontestavelmente . eu prefiro a loucura . que em sua plena ressonância . batendo forte no peito . grita palavras que rasgam o corpo ao meio . e que fazem as tripas escapulirem do corpo. indo de encontro ao chão ... eu prefiro o caos . que em seu pleno benefício à vida . traz um muro em frente a minha cara e me faz cair de queixo não chão ... eu prefiro a dúvida . que em sua plena palpitância . me entrega ao meio em meio a esse caos ... eu prefiro indevidamente e definitivamente as interrogações . esse movimento de vida sem cronologia que me faz perder-me de mim no tempo . que me faz quebrar-me os ponteiros de dentro . e ir sempre de encontro com o que o mundo traz ... eu nasci pra ser contra tudo . eu nasci pra ser contra todos que em sua constância traz a inexata e fidedigna certeza de si mesmo quebrando a própria cara se contradizendo no final ... eu nasci pra sentir a vida pulsando no corpo . pra sentir o desconforto de não ter os pés no chão . de ter cada vez mais certeza de que nada quero afirmar no final ... eu nasci pra não saber se estou vivo . se estou indo . se estou vindo . só sei que essa dor que explode no peito . é por não saber o que se mostra rudemente real . é por não ter como segurar o tempo nas mãos . é por não poder entender a vida como aquilo que vai com a pele todo dia como poros que morrem nesse tempo irreal . é por nada . simplesmente por nada que dói o mundo que carrego nas costas . nos ombros . nos olhos . na boca . nos pés . nas palavras . é por nada que dói a dor que não tem por que doer e dói . é por ser vício essa dor que me prende com força os dentes na hora de dormir . e os sonhos nunca são os mesmos . e os sonhos sempre serão os mesmos . e os sonhos serão sempre as pálpebras e os cílios fechados guardando nos olhos o que não se distingue . o que não se sabe como mundo . como isso . como aquilo . é por isso . e só por isso que eu prefiro a loucura . que em sua plena consistência insiste em assistir a vida como algo que existe . e só . por que dela nada se precisa saber . por que dela nada se pode saber . e não há empirismo nenhum que traga uma certeza absoluta sobre nada . e não há certeza alguma que não seja mera suposição . me desculpe . mas não acredito na ciência e em nenhuma religião . e há quem diga que meu ceticismo se confirme nessa afirmação . mas calorosamente vou contra isso . levemente me afirmo contra ao próprio ceticismo . ao belo e fabuloso ateísmo . por que não quero aqui afirmar o que não existe a partir do que existo . de como existo . não quero afirmar com tanta certeza a partir do que acredito . porque acreditar em tudo e em nada ao mesmo tempo dói mais . e é nessa dor que faço o percurso dessa existência que não entendo . que não desvendo . mas que prefiro divertidamente mais . porque nesse ritmo a dança se faz . porque nessa dança me expando mais . não saber parece que me cresce .

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