14 de setembro de 2008

. quando .

. eis quando na fome . come-se o tempo . come-se o dia . as saudades em cheiros . as palavras vazias . eis quando nas ruas . a solidão se desconfia . e em ruas de silêncios . o vício da loucura acaricia . eis quando o grito . não se cabe na voz . e na barriga vazia . procura-te a ti mesmo . enquanto o choro preso anestesia . o que somos todos nós . eis quando o abraço . em mais de tantos braços . já não cabe na pupila . e o mundo entra pelos olhos . e a pele se destila . eis que a solidão do louco . somos todos juntos . berrando como mudos . berros que não cabem no ouvido . eis que a pele vai além dos poros . é quando a rima é impalavreável .

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